Em 2004 a artista Panmela Castro foi espancada e mantida em cárcere privado por seu companheiro. Resgatada por sua família, prestou queixa na delegacia mas na época a violência doméstica era considerada um crime de menor potencial ofensivo e não houve punição para o seu agressor.
Por ser perseguida por seu ex-companheiro, era apenas saindo com os bandos de graffiteiros que Panmela se sentia protegida e assim, em um devir artístico pela cidade, remontava sua vida. Panmela Castro que já vinha usando a sua arte para tratar de problemas sociais, em 2008, após saber da aprovação da Lei Maria da Penha (2006), desenvolve uma metodologia para o uso do graffiti como ferramenta de comunicação, informando mulheres e jovens estudantes sobre a lei, a violência doméstica e seus direitos.
Suas ideias ganharam proporção mundial e seu extenso trabalho tomou apoio de muitas outras mulheres que então, formaram a Rede NAMI em 2010. Com mais de 10 anos de história, a NAMI impacta diretamente na vida de mais de 10.000 pessoas, principalmente mulheres negras, no Rio de Janeiro, promovendo mudanças estruturais na sociedade, usando a arte como ferramenta de comunicação para que mais pessoas saibam como lutar por seus direitos e construir uma sociedade mais justa.
Como reconhecimento de todo seu trabalho nesses anos, a NAMI já foi homenageada pela 12ª Bienal da UNE (2021), premiada pelo The WE Empower UN SDG Challenge – Vital Voices (2021), finalista do Prêmio Atitude Carioca, na categoria “Quem faz diferente” (2021) e indicada para o 3º Prêmio seLecT de Arte e Educação (2020). Em 2018 a NAMI também recebeu a visita da Malala Yousafzai, ativista pelos direitos das mulheres à educação e a pessoa mais jovem a ter recebido o Prêmio Nobel da Paz.
No que
acreditamos?
entre os gêneros, raças e etnias diante da lei e
da sociedade.
É sobre este princípio que se apoiam as políticas da NAMI. Nos propomos à busca pela superação das desigualdades que levam por exemplo, apenas no Brasil, um caso de feminicídio a cada seis horas e meia (Fórum Brasileiro de Segurança Pública – 2020). Exigimos respeito aos direitos das mulheres, negros, pessoas LGBTQIAP+, pessoas com deficiência e povos originários, incluindo o domínio sobre suas vidas e o rompimento do legado histórico de opressão nos planos pessoal, econômico, político e social.
O epistemicídio e o apagamento estrutural desses grupos resultaram na nula ou baixa participação nos processos de decisão dos rumos de nossa sociedade e nosso planeta até então. Nós acreditamos que uma vez que tenhamos acesso aos espaços de poder, podemos contribuir para um futuro muito mais sustentável e justo para todos.
Nossa missão é incluir mulheres, negros, pessoas LGBTQIAP+ e outros grupos marginalizados nos espaços de decisão e poder, escrevendo e reescrevendo a história, pensando na sustentabilidade do nosso planeta e em nosso futuro sob uma perspectiva muito mais inclusiva.
O QUE FAZEMOS?
- Ações que promovam a luta antirracista e o fim da violência doméstica;
- Estimulamos a economia criativa para autonomia econômica da mulher e de grupos marginalizados;
COMO FAZEMOS?
- Organizando exposições e murais públicos;
- Registrando e preservando a produção de mulheres, pessoas trans e travestis, artistas negros, indígenas e pessoas com deficiência nas artes em publicações impressas e virtuais e coleções físicas;
QUEM FAZ A NAMI
Panmela Castro
Presidenta e Fundadora
Carollina Lauriano
Vice-Presidenta
Artha Baptista
Diretora Geral
Ana Luiza Marques
Diretora Consultiva
CONSELHO
Ademar Britto Jr
Médico e Curador
Adriana Mota
Socióloga e Pedagoga
Giselle Arruda
Designer
Jandira Queiroz
Jornalista
Keyna Eleison
Curadora
Lorraine Mendes
Pesquisadora e Curadora
Lucia Xavier
Assistente Social
Marina Sidrim Teixeira
Socióloga
Pâmela Carvalho
Educadora e Pesquisadora
Priscila Rooxo
Artista
Roberta Holiday
Artista
Tamy Reis
DJ e Comunicadora
Vulcanica Pokaropa
Travesty, Circense e Artista Plástica